Neste artigo, quero trazer uma aula gratuita sobre agricultura orgânica com o objetivo de mostrar que vale a pena compreender melhor este Mercado.
Embora este tema seja bastante comentado em diversos lugares, este artigo lhe representa uma grande oportunidade.
Principalmente para aqueles que moram no campo ou para aqueles que ainda estão na cidade, mas que sonham com uma vida mais tranquila e pretendem produzir a sua própria alimentação e viver da sua própria produção.
No fim do artigo, tem questionário na forma de perguntas e respostas das principais dúvidas sobre Agricultura Orgânica.
Dúvidas sobre a agricultura orgânica.

No entanto, muitas dúvidas surgem. Será que é viável produzir orgânico no Brasil? Realmente são mais saudáveis? Quem consome este tipo de produto, será apenas os ricos? E muitos outros questionamentos surgem.
Portanto, o meu objetivo aqui é te apresentar um modelo de negócio. E, principalmente, como você pode estar entrando no mercado de produção orgânica.
Ou seja, como você pode estar se tornando um produtor de alimentos orgânicos com certificação ou até mesmo prestar assistência técnica para produtores orgânicos.
Porque, acredite, esse mercado pode ser sim um negócio extremamente lucrativo.
Nessa aula, eu vou te explicar os fundamentos técnicos que você precisa conhecer antes de entrar no mercado de produção orgânica. Isso porque eu te garanto que vai abrir o seu campo de visão para a agricultura orgânica.
Relatório ATA, s.
Pesquisas já apontam que tem aumentado o consumo de produtos orgânicos no Brasil inteiro.
Segundo relatório realizado pela OTA’s 2025 Organic Market Report, consta que teve um aumento entre 5 a 6% no ano de 2024 nas vendas de orgânicos.
Os alimentos orgânicos estão em alta. Cada vez mais, pessoas no Brasil e em outros países colocam em suas vidas alimentos livres de agrotóxicos.
Muitos acreditam que têm mesmo que buscar alimentos saudáveis. Muitos pequenos produtores comentam que vendem toda sua produção orgânica com facilidade.
Nesses tempos, tenho muito relato de pessoas que querem aprender a produzir de forma orgânica.
Estudantes, profissionais atuantes e produtores rurais querem entender essa oportunidade de mercado que cada vez mais cresce, não só no Brasil, como no mundo inteiro.
E quando eu falo crescimento, eu estou falando de triplicar e até quadruplicar esse crescimento. De 2020 para cá, esse mercado evoluiu quase 50%. Não para de crescer.
Todo empreendimento, para ter sucesso, precisa ser valorizado. E aqui não é diferente. Esse mercado é o que mais se valorizou dentro do agro.
Valorização dos Produtos Orgânicos.

Para você ter uma ideia, a valorização do produto orgânico no mercado é notada através do seu consumo.
Embora eles sejam mais caros que os alimentos convencionais, os produtos orgânicos são mais atraentes para o mercado. No Brasil, em 2020, a procura por orgânicos cresceu 30%.
Em 2021, apesar de toda a crise econômica gerada pela pandemia, o setor de produtos orgânicos registrou uma alta de 50% nas vendas, movimentando R$ 6,3 bilhões.
Em 2024, como já dissemos, a agricultura orgânica também teve crescimento.
Temos o exemplo da horticultura orgânica, que pode render de R$ 7 a R$ 40 mil por mês em uma propriedade de um hectare.
Os alimentos orgânicos, ao contrário dos que são produzidos em larga escala, não usam defensivos ou adubos convencionais para o seu cultivo.
Isso vem atraindo consumidores por ser um sistema diferente de produção. Agora você deve estar se perguntando, mas por que a produção orgânica não usa defensivos e adubos convencionais?
Como assim, eles são resistentes a pragas e doenças? Vamos explicar, pois esse assunto é mais profundo do que parece.
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Teoria da Trofobiose.
Para te explicar isso, eu vou te apresentar um conceito que vai mudar totalmente a sua concepção sobre agricultura orgânica.
Eu estou falando aqui de um princípio da agricultura orgânica chamado Teoria da Trofobiose.
Os patógenos que atacam as plantas, como fungos, vírus, nematoides, ácaros, bactérias e também insetos, não têm enzimas suficientes para digerir as substâncias complexas.
Por isso, eles precisam de fontes de nutrientes mais simples, como os aminoácidos livres e os açúcares solúveis. Vamos pegar o exemplo do pulgão. Para quem não sabe, ele é um inseto, como se fosse uma pulga mesmo, só que maior.
Ele procura sempre atacar as partes novas das folhas. Esse órgão está mais sensível, então o conteúdo das folhas mais velhas é de estruturas mais complexas para ele digerir.
Então, ele prefere a parte mais nova da planta, porque o conteúdo está livre para se alimentar.
Principalmente porque contém mais açúcares solúveis e aminoácidos livres no tecido da folha. Por isso, muitas vezes o seu ataque está relacionado à deficiência de boro nas plantas. E o boro está ligado à estrutura da parede celular da planta.
Explicação de maneira didática.
Pode parecer um pouco complexo, mas calma, que eu vou te explicar de uma forma mais simples. Você vai ver como uma coisa leva à outra. Uma planta com deficiência em boro apresenta a parede celular mais fraca.
A parede celular é a defesa estrutural da planta. A planta sem defesa fica vulnerável ao ataque. Basta apenas o pulgão se beneficiar do conteúdo da folha e, por isso, surge o ataque.
Explicação detalhada da teoria da trofobiose
Em outras palavras, o que a teoria da trofobiose afirma é que todo organismo vegetal fica vulnerável à infestação de pragas e doenças quando há excesso de aminoácidos livres e açúcares no seu sistema metabólico.
Com o excesso de aminoácidos livres e de açúcares no tecido vegetal, há então uma maior disponibilidade de alimentos para os parasitas. E assim, então, aparecem mais pragas e doenças nas plantas.
Agora, você deve estar pensando: basta então adubar bem, que a planta vai estar sempre nutrida com a parede celular, com a parede mais forte e estruturada.
Aqui está um ponto-chave da teoria da trofobiose e dos alimentos orgânicos. Como qualquer coisa na natureza, as plantas tendem a buscar um ponto de equilíbrio na sobrevivência, seja qual for a situação.
Quando se aumenta um dos nutrientes, os outros podem estar em falta. Cada excesso vai induzir a uma deficiência e cada deficiência atrai um patógeno.
Além disso, as raízes das plantas tendem a absorver de forma natural qualquer nutriente que esteja perto delas.
Muitas vezes, a formação de estruturas como folhas, caule e a produção não acompanha a velocidade de absorção dos nutrientes disponíveis.
Agora, preste muita atenção, porque aqui você vai entender o que faz todo o sentido da coisa. Infelizmente, o desequilíbrio nutricional leva a planta a fazer a proteólise, ou seja, ela vai quebrar as proteínas.
Como as proteínas são feitas de aminoácidos, a quebra da estrutura deixa os aminoácidos livres, que ficam aí disponíveis para as pragas.
A quebra de proteínas leva a planta a manter aminoácidos livres. Já a proteossíntese é o estado normal e sadio da planta, que é a construção de proteínas.
Quando há proteólise em excesso, ou seja, o desdobramento excessivo de proteínas, a planta fica hipersensível ao ataque parasitário.
Por outro lado, quando há proteossíntese dominante, o vegetal se encontra com melhor imunidade.
Características do cultivo orgânico.
Plantação de orgânicos não tem o uso de agrotóxico, inseticida, produtos químicos. Ele está em alta no mercado e não é para menos.
No manejo orgânico, você procura preparar o solo de forma abundante naturalmente, trazendo à tona os processos naturais de formação e de preservação do solo.
Não é simplesmente pegar o esterco de boi e aplicar na sua plantação, que está pronto para você produzir organicamente.
Para que esse processo seja produtivo e rentável, você precisa da união de técnicas e manejos específicos focados em uma palavra: abundância.
Necessidade de Equilíbrio.
Biofertilizantes, húmus de minhoca, adubação verde, rotação de cultura, entre outros. Quanto mais rico você mantém o seu solo, mais rica será a sua produção, desde que haja equilíbrio.
Por exemplo, utilizar leguminosas como adubação verde é uma excelente técnica.
Provavelmente você sabe disso, mas caso você não saiba, as leguminosas, com a ajuda de micro-organismos, disponibilizam nitrogênio no solo.
Suas raízes descompactam o solo. E quando você faz a roçagem, as raízes que ficam no solo formam microdutos que arejam a terra de forma natural, além de serem alimento para micro-organismos que formam a matéria orgânica.
Aliás, o material que sobra da roçagem forma uma palhada que protege o solo de raios solares.
Assim, preserva a temperatura e serve de alimento para as minhocas, pequenos insetos e ácaros que trabalham ali na decomposição e na disponibilidade da matéria orgânica no seu solo.
Leguminosas excelentes para adubação

Mas, que plantas são essas? Aonde eu posso encontrar? Aí nós temos vários exemplos, como: as Crotalárias, os feijões e Mucunas.
Eles são exemplos de leguminosas excelentes para adubação verde e para rotação de culturas para o seu cultivo.
A Mucuna preta, por exemplo, possui crescimento, rende muita biomassa e tem uma ótima qualidade de matéria orgânica.
O feijão-de-porco se desenvolve bem em solos de baixa fertilidade e pode produzir grande quantidade de massa por área.
Temos o feijão guandu, por exemplo, que é muito utilizado na melhoria de áreas instáveis e solos compactados, por ser bastante agressivo e apresentar raízes bem profundas.
A Crotalária produz bastante biomassa e tem um efeito até nematicida. Olha que interessante, nós vamos falar sobre isso depois.
O guandu e a Crotalária, eles são espécies que se destacam na produção de massa verde e matéria seca. As suas raízes, elas são aptas a reciclar e absorver o potássio.
E o potássio, ele não faz parte de nenhum composto orgânico, e por isso, na adubação verde, ele é bem mais facilmente mineralizável graças à decomposição da matéria orgânica.
Importância da produção de leguminosas como adubação.
Além disso, a decomposição da matéria orgânica na adubação verde pode ter efeito solubilizante no potássio já presente no solo, o que aumenta também a sua disponibilidade para a planta.
Quando a gente fala em uso de leguminosas, elas são capazes de produzir altas quantidades de resíduos. Elas permitem redução na lixiviação de cátions e também aumento na CTC do solo.
Isso porque há um aumento proporcional nos teóricos de cálcio, magnésio e potássio, o que leva, então, ao aumento da soma de base do solo.
Porém, esse efeito só se dá em longo prazo. E quanto mais tempo e mais diversidade estiver a adubação verde, melhor vai ser a nutrição do seu solo.
Por que embarcar na produção de produtos orgânicos?
Isso aqui são apenas algumas técnicas de manejo da agricultura orgânica. Agora, a pergunta de muitos: por que agricultura orgânica? Por que eu devo produzir assim?
Bom, a produção de alimentos orgânicos é mais uma oportunidade de mercado para os agricultores brasileiros. Segundo o presidente da Associação de Promoção dos Orgânicos, a procura por um alimento orgânico no Brasil evoluiu 50% em dois anos.
O Brasil já é o quarto maior consumidor de alimentos orgânicos do mundo, e o mercado global de alimentos orgânicos movimentou quase 90 bilhões de dólares no último ano.
Já que 70% da nossa produção orgânica é exportada para a Europa e o consumo no Brasil só aumenta, entretanto, há um mercado na agricultura extremamente valioso para se entrar nesse momento.
Como posso produzir organicamente?

O primeiro passo é você entender as normas de certificação. Aqui costumam surgir algumas perguntas, como:
Eu não deveria estar produzindo primeiro para depois validar o meu produto? Até poderia, no entanto, para você não perder tempo, eu vou te adiantar alguns pontos.
Para você poder comercializar o seu produto como orgânico, ele tem uma série de certificações e adequações para garantir que a sua produção é de agricultura orgânica. O primeiro passo é procurar se cadastrar como produtor orgânico.
No site do governo federal, na aba Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, você encontra a relação de produtores orgânicos de todo o Brasil e organizações de controle e qualidade.
Procure entender, então, como fazer parte do meio. São mais de 25 mil produtores classificados na agricultura orgânica.
Para fazer parte, você precisa seguir as recomendações de acordo com o MAPA para certificar-se de que o seu produto é orgânico.
Então, no geral, você, com a certificação em mãos, já vai começar a fazer o seu planejamento de plantio. Para isso, você vai ter que aprender a preparar o seu solo de forma orgânica.
Abaixo, teremos uma espécie de questionário, onde estão listadas em forma de perguntas as maiores dúvidas sobre agricultura orgânica. Sugiro estudar para ficar por dentro. Inclusive, tem respostas para a dúvida sobre a preparação de solo, formas de adubação e aplicação de compostos, entre outras.
Questionário na forma de perguntas e respostas
Na outra página, perguntas e respostas sobre a Agricultura Orgânica.